Benvindos!

A idéia de criar este espaço surgiu aos poucos. Nasceu da necessidade de expandir o grupo de pessoas com as quais me correspondo ou com as quais converso sobre temas de interesse em comum. Desejo que seja um lugar de troca de idéias e informações, mas , sobretudo, de boa conversa, democrática e sem preconceitos. Mais uma vez, benvindos.



domingo, 27 de março de 2022

Voltar a São Paulo

Dois anos após o início das medidas de isolamento por conta da pandemia, que iniciaram em 16/03 de 2020, comecei a, lentamente, voltar a algumas atividades que fazia fora de casa em tempos ditos "normais"(o que é normal afinal de contas? )! Viajei para São Paulo, assisti algumas peças de teatro e voltei a frequentar restaurantes. 

 Levando em consideração que eu fiquei muito tempo com restrições em meus procedimentos que costumava fazer antes da pandemia, valeu a pena o passeio de quatro dias naquela cidade! Entretanto, nada foi como era antes! A começar que meu entusiasmo pela viagem foi morno! O agrado de outrora não estava presente! O tempo de avião me pareceu excessivamente longo e não demorou para que eu começasse a me sentir entediado e duvidoso sobre a validade do deslocamento. Creio que uma surgiu uma indagação sobre se a viagem que eu fazia era o certo a fazer. Afinal, a pandemia não acabou, apenas saiu do noticiário por conta da guerra que se desenrola na Ucrânia! Seria correto e ético viajar para passear em meio a uma pandemia que vem diminuindo, mas que não passou ainda? 

Outra questão é que falta de paciência e, por que não dizer, minha intolerância à pessoas, aumentou muito durante o isolamento social! Estou sempre a achar que as pessoas se aproximam para pedir algo, tentar aplicar um golpe ou me encher com suas narrativas narcísicas. E de fato, durante minha estadia em São Paulo um vendedor de balas veio a aplicar um golpe de 20 reais. Que faça bom proveito!

A primeira peça que assisti foi muito ruim. Texto fraco, muitos palavrões e quase todo mundo na sala de espetáculo sem máscara! As óperas que assisti no dia seguinte foram bem melhores, em um teatro que solicitou o respeito aos procedimentos de saúde pública, como a obrigatoriedade do uso da máscara!




Encontrei pessoas para uma conversa agradável em lugares novos que abriram na cidade (este foi, junto com as óperas, o ponto alto do passeio)! Conheci uma nova livraria e um novo café onde conversamos até anoitecer!

Outro ponto ruim que observei foi o fechamento de alguns lugares que costumava ir na cidade e mudanças de hábitos para pior , como o abandono total do centro da cidade pela população. Fui domingo ao Largo de São Bento e só havia moradores de ruas em uma cidade deserta!

Sem falar que os serviços ficaram bem mais caros! Restaurante, hotéis, transportes públicos e taxis ficaram absurdamente caros. 

Para finalizar o passeio, domingo fui à tradicional Feira de Antiquidades do Bixiga! Passei horas agradáveis passeando e conversando com os expositores! 

Como escrevi, ao fim de tudo, valeu a pena viajar, mas sinto que vai demorar para alguns hábitos e passeios que fazia voltem a ter o significado e entusiasmos de antes da pandemia!




sexta-feira, 7 de janeiro de 2022

Tia Hilda (07/06/1929 - 02/01/2022)

Estou triste com a perda de minha tia Hilda. Estávamos distanciados nos últimos anos, mas percebo agora que deveríamos ter ficado mais próximos durante este período de afastamento. 

Não vou me alongar. Sentirei sua falta e lamentar não termos tido mais tempo juntos. Adeus, tia!

quinta-feira, 23 de dezembro de 2021

Khira (??/??/2014-14/12/2021)



 

KHIRA




Desejo registar a passagem da morte de Khira, uma cadelinha que eu e meu irmão retiramos das ruas, ainda filhote, durante o início da Copa do Mundo de 2014. Ela faleceu dia 14 de dezembro passado!
Ela e sua irmã (que morreu ainda filhote de parvovirose poucas semanas após as termos acolhidos) foram resgatadas em uma área de mato a uns 6 ou 7 km de casa!
Deixará saudade com certeza!



sábado, 13 de novembro de 2021

Opinião de massa, opinião pública e relativismo de opiniões

 Existem várias formas de opressão. Muito embora a mais discutida, pensada e, talvez, a mais cheia de consequências, seja a opressão política, há outras que tentam se impor em nosso cotidiano.

A tirania do mercado é uma das mais disfarçadas e difíceis de perceber. Isto porque ela quase sempre se apresenta como um consenso, como um sinônimo de opinião pública, referendada por uma maneira irrefletida, porém majoritária de avaliação.   É um entendimento fortemente ancorado em interesses mercadológicos e que destrói qualquer oposição que lhe façam. Na verdade é uma opinião fabricada, nada tem de autentica. É opinião de massa!

Do que falo? Da aparente unanimidade em torno do talento, brandura e sensibilidade de uma cantora de sertanejo recém-falecida em acidente aéreo.

Confesso que desconhecia suas músicas e, pra ser sincero, nem sabia de sua existência. Estes fato, devo dizer,  em nada depõe contra seu afamado engenho em compor e interpretar músicas. Sou ignorante  em relação ao estilo musical por ela expresso.

Entretanto, o alarde em torno de sua perda foi tão forte, tão noticiado, que, muito por curiosidade minha,  não pude deixar de ouvir trechos de seus melhores momentos na TV e na internet. Cheguei a acompanhar uns vinte minutos de uma entrevista sua na TV, dada em algum momento passado.  Afinal, apesar de ter uma noção do tipo de música por ela cantada, e de não me identificar nem um pouco com o sertanejo que se faz nos dias atuais, a comoção foi tão grande que pensei: "pode ser que ela fosse dotada de um grande  vocação musical, e eu esteja perdendo algo." 

A realidade não tardou em se fazer sentir. A recém-finada artista era mais uma a desafiar o bom-senso de qualquer um que tenha um mínimo de gosto e conhecimento musical, e tenha coragem de remar contra o chamado "consenso da opinião pública" fabricado pelo mass media.

O que ouvi foram trechos musicais banais, de estrutura melódica menos do que medíocre e frases previsíveis encharcadas de  poesia trivial. Se aquilo era o seu melhor, então, agradeço ter sido poupado do restante. 

Junto a esta mistificação de seu talento, veio também a burla de venderem uma  imagem da artista como alguém compadecido dos infortúnio dos demais (em particular das mulheres), de uma benevolência acima da média, e de campeã de teses identitárias e políticas inclusivas positivas. 

Deixo bem claro que, em nada culpo a artista recém-finada pelo uso que fizeram de sua imagem e músicas após sua morte. Atribuo o problema a tentativa, muito bem-sucedida, de uma mídia venal de tentar construir uma imagem para proveito próprio. 

É claro que questionar uma pessoa recém-morta é conduta reprovável. Contudo, neste caso, questionar o símbolo criado em torno da artista nada tem de crítico em relação a pessoa dela em si, mas sim da mídia, que  instrumentalizou a emoção causada por sua morte  para ganhos mercadológicos e midiáticos (este  o verdadeiro ato indecente).  

As mortes de pessoas famosas (ou nem tão famosas assim) são mercadorias. Mexe-se com a emoção de multidões para se conseguir delas o consumo imediato de marcas associadas a um ícone . Contudo, o pior , a meu ver, nesta conduta é transformar o interesse mercadológico em "opinião qualificada" e indiscutível, e  obrigar as pessoas a enxergarem o que não está lá (no caso, o talento e a motivação da artista). 

A tal ponto a orquestração foi exitosa, que discordar da aura de talento e sensibilidade da cantora se tornou atividade somente para aqueles que não tem receio de receber a designação de  "machistas", "elitistas" ou "preconceituosos". Na onda da comoção causada pela perda da cantora, já há mesmo quem diga e escreva que sertanejo é musica de qualidade ungida pela opinião pública e justificada pelos milhares ou milhões de acessos às páginas de seus artistas nas mídias sociais. O problema desta maneira de pensar é que ela embarca na frivolidade de argumentos   carentes de reflexão. Ser muito visto ou discutido não é indicador de qualidade de conteúdo. Não poucas vezes, as melhores obras artísticas são as que são as menos lidas, admiradas ou entendidas pelo público. 

A mídia idiotiza as pessoas, levando-as a aceitarem, acriticamente, gostos e preferencias,  como se seus fossem, o que lhes é inculcado por interesses alheios. É opinião de massa, repito!

Ah! Ainda temos que enfrentar o argumento relativista. Aquele que afirma que gosto é indiscutível, e que, no limite, comparar ou tecer hierarquias entre preferencias é coisa de gente esnobe ou elitista. Sim, há este risco! Mas eu o prefiro a cair em um relativismo estéril que afirma que um sertanejo pode ser tão bom quanto a nona sinfonia de Beethoven, ou dizer que elas são incomparáveis, e por isso temos que aceitar ambos como igualmente válidos. Só que uma é produção de mass media para entretenimento, a outra é obra permanente que influenciou e moldou a música ocidental por séculos até os dias de hoje, e produziu uma das mais belas harmonias que o ouvido humano já experimentou!






terça-feira, 5 de janeiro de 2021

Igreja São Francisco de Paula, Ouro Preto.

 Há muito tempo queria conhecer por dentro a Igreja São Francisco de Paula em Ouro Preto. Ela se situa quase fora da cidade, em um ponto elevado, do qual é possível se ter uma bela vista da cidade. Foi finalizada em 1812 ou 1813 (não lembro ao certo o ano). É  a mais nova das igrejas históricas da cidade. 

Tudo dito até agora, mais o fato de não apresentar trabalhos de grande mestres de nosso barroco como Aleijadinho (Antonio Francisco Lisboa, Ouro Preto, MG, 1730-1814) e mestre Ataíde (Manuel da Costa Ataíde, Mariana, MG, 1762-1830) faz dela, ao meu ver, uma espécie de "patinho feio" entre as igrejas de Ouro Preto. É pouco lembrada para visitação e tem horários de visita muito restritos. Nada verdade, nem tem. Abre apenas para as missas aos domingos pela manhã e se você quiser conhecer seus altares e (quase nenhuma) pinturas deve se dirigir para lá no breve tempo que lhe cabe entre o fim da missa e o fechamento da igreja. 

Para mim, valeu o pouco tempo que tive (uns vinte minutos, mais ou menos). no  segundo domingo de dezembro passado, subi a ladeira que há entre ela é a Igreja Nossa Senhora do Rosário em passos rápidos para pegar o fim da missa. 

Na internet mesmo, quase não há fotos internas desta igreja.  

Foi um agradável encontro meu com esta igreja que faltava em meu roteiro de visitas a Ouro Preto!






domingo, 22 de novembro de 2020

2020 um ano para esquecer ?


2020 tem sido um ano de perdas, mas também de aprendizados. 

A diminuição dos contatos presenciais não me afetou muito, pelo contrário! Tirando as poucas (pouquíssimas) pessoas com as quais tenho prazer em ter contato de vista, o isolamento social foi uma quase benção! 

Tive a vantagem  de me manter muito mais tempo em casa, o que pra mim é ótimo, pois minha casa é, sem dúvida, o lugar que mais curto e gosto! Além disso, aprecio de fato minha própria companhia. Claro que, em um momento ou outro, sinto vontade de ir para o mundo, viajar, ou simplesmente ir a um café e encontrar alguém para conversar; porém, devo reconhecer, pessoas interessantes são raras. O mais comum é encontramos indivíduos ignorantes, arrogantes, banais e, alguns, até mesmo vulgares! E aí, ao me lembrar disso, minha vontade de sair de casa desaparece!

Trabalhar em casa é bom e, na maior parte do tempo, tranquilo. Consigo resolver 9 de cada 10 tarefas com poucas perguntas a outras pessoas, ou após uma conversa on-line de poucos minutos. Há as infindáveis reuniões (quase todo dias tenho uma. Às vezes tenho três ou quatro). São chatas e pouco produtivas. No mais, elas são o de sempre: gente falando demais, sobre assuntos que julgam saber  para aplacar seu instinto egóico. Entretanto, nestas horas, mantenho o vídeo desligado e vou fazer café ou ler os jornais. Falo pouco nestas reuniões. Não creio que tenho tanto saber ou novidades para contar. Penso também que o que possa vir a dizer interessará a poucos. Então, para que falar? 

Voltei-me para as pequenas tarefas do lar e para a leitura com mais ênfase do que vinha fazendo nos últimos anos. Faço pequenos consertos em casa, me livro do que está em excesso, cuido dos cães e do quintal. Ainda não voltei a pegar o violão. Não ando sentindo vontade de fazê-lo! 

Houve perdas, é claro, muitas. A principal foi a distância de meus familiares. Os meios de comunicação existentes ajudam muito, mas não substituem a presença física. Estou há quase um ano sem ver meus pais fisicamente. É muito tempo. 

Deixei de ir a teatros, cafés, e livrarias físicas. Viajar, coisa que cada vez fazia menos, cessou de todo! Foram igualmente perdas significativas. 

Quanto ao contexto social, a disputa política em torno da pandemia, seu significado e riscos, só me vez desacreditar mais ainda na possibilidade de termos uma base ética mínima e civilizatória que permita o divergências  em termos toleráveis. A ignorância humana e o egoísmo tacanho de muitos não deixam esperanças!

De resto, 2020 confirmou algo que eu suspeitava: ao ficar em casa gasto menos, consumo pouco, aprecio melhor o que vale a pena e relativizo coisas que antes me ocupavam demasiado sem me dar retorno satisfatório. 




domingo, 16 de agosto de 2020

Drico (??/??/?? - 15/08/2020)

 
Ontem, perdemos Drico. Morreu velhinho após onze anos de vida conosco após seu regate das ruas em 2009. Que descanse em paz nosso querido Drico!