Benvindos!

A idéia de criar este espaço surgiu aos poucos. Nasceu da necessidade de expandir o grupo de pessoas com as quais me correspondo ou com as quais converso sobre temas de interesse em comum. Desejo que seja um lugar de troca de idéias e informações, mas , sobretudo, de boa conversa, democrática e sem preconceitos. Mais uma vez, benvindos.



terça-feira, 27 de setembro de 2011

Bossa Nova

Alguns quase consensos sempre me deixaram incomodado. Um deles é o que anuncia de que pra ser feliz é preciso ter uma cara-metade. Outro é o de que ter filhos ou desejá-los é algo natural, seja o que lá se pretenda dizer por "natural". Acredito que há na internet muitas páginas que abordam estas questões, seja para defender ou criticar uma ou outra posição.
Um pretenso consenso que volta e meia me perturba é aquele que se busca formar em torno da qualidade do que se convencionou chamar de Bossa Nova.  Não nego o direito a quem quiser de adorar e mesmo amar este gênero de música. Há muita gente com conhecimento de causa que adora o estilo apresentado ao mundo por João Gilberto. Júlio Medadlia mesmo em seu Música Maestro! (ed. Globo) analisa com bastante acuidade o surgimento e características da Bossa Nova e, em certos momentos, deixa escapar sua admiração pelo estilo.

Tudo bem, quem sou eu para discutir em termos estritamente musicais a Bossa Nova ? Dizem que para tocá-la é requerida uma certa virtuose técnica. Ok!
Mas o que isso tem a ver com a pretensão que se criou em torno deste gênero musical de ser o crème de la crème do bom gosto e de espíritos sensíveis e elevados ?
Particularmente acho o estilo chato. Tudo bem. Chato não diz muito. É uma opinião subjetiva.
Vamos mais adiante: quinze minutos ouvindo Bossa Nova acredito ser meu limite de tolerância. Sons dissonantes em demasia, gente desafinada cantando, e aqueles versos horríveis cheios de diminutivos. Sem falar do pé no saco de se cantar quase aos sussurros.
"O barquinho pra lá, o barquinho pra cá", "o coquinho à beira mar". Não, não há estrutura de acordes sofisticados que salve isso!

Alguém já me disse certa vez que Bossa Nova lhe parecia tolerável apenas como música de fundo, assim tipo em uma loja de departamentos ou na praça de alimentação de um shopping.
Acho que nem assim! É muito chata mesmo!
Cubra isso com a pretensão de ser música de gente fina e sensível, e aí estará completo o quadro.
Nada pior do que uma impostura!
Acredito que este último ponto tenha a ver com o complexo de colonizado que ainda muitos de meus compatriotas têm.
Não vou entrar em detalhes de como surgiu este gênero musical. Este ponto é de amplo conhecimento público. Só desejo acrescentar a minha subjetiva opinião de que, sem o empréstimo simbólico do rótulo de música de sucesso no estrangeiro, a Bossa Nova jamais teria caminhado tão facilmente para a aceitação consensual de nossas classes médias e alta. A imitação e o mimetismo fizeram um belo trabalho em passar o gosto pela  música da zona sul do Rio para o restante do país (para parte dele, para sermos mais justos).

Além disso, Bossa Nova para ser feita para um país que sempre pretendemos ser e não somos.  Somos um país de enorme desigualdade social, muito injusto do ponto de vista de oportunidades e bem-estar e ainda violento,  e o pessoal  faz música olhando para o mar e os coqueiros,  de costas para o país real. Hmm, sei!

Acredito que o Brasil faz música de alta qualidade. Talvez seja uma daquelas atividades que melhor sabemos fazer e que poucos chegam a nos igualar.
O máximo, contudo, que estou disposto a conceder à Bossa Nova é que ela dispute a preferencia nacional em igualdade de condições com outros gêneros musicais, sem apelar para o rótulo de música fina e virtuosa só por conta de que alguns de seus criadores (se assim podemos chamá-los) souberam misturar samba com jazz e cantar em inglês para se fazerem notar no exterior.

quarta-feira, 7 de setembro de 2011


É Tempo de Ipê Amarelo!

Poucas coisas na vida se compararam a beleza de um ipê florido!Pena que no corre-corre da vida tenhamos pouco tempo para observá-los com cuidado.Todos são muito bonitos, mas tenho preferência pelo amarelo.Captei alguns ao caminhar pelas ruas da cidade onde moro.