Benvindos!

A idéia de criar este espaço surgiu aos poucos. Nasceu da necessidade de expandir o grupo de pessoas com as quais me correspondo ou com as quais converso sobre temas de interesse em comum. Desejo que seja um lugar de troca de idéias e informações, mas , sobretudo, de boa conversa, democrática e sem preconceitos. Mais uma vez, benvindos.



quinta-feira, 23 de maio de 2013

Você conhece alguém assim ? Eu acho que sim.

Quem não conhece este tipo ? Ele te liga ou manda uma mensagem por correio eletrônico, pedindo para almoçar ou tomar um café com você. Chegado o momento, o sujeito se desmancha em falar de si o tempo todo. Ele é o personagem principal de todas as suas narrativas.
Mesmo quando, de início, parece falar de um assunto distante (um fato político ou esportivo; ou ainda sobre um evento que irá ocorrer), ele dá um jeito de se colocar no centro da discussão.
Não adianta, o cara precisa de seus ouvidos, foi por isso que te convidou. Você, mais uma vez caiu na armadilha. Ele está precisando ter seu ego massageado, nem que seja por ele próprio, e precisa de audiência.

Confesso que agora fujo destas pessoas como o diabo foge da cruz. Às vezes pergunto a mim mesmo: "Como pude agüentar ?" ou ainda "Eu já fui bom." Sim, porque eu já conheci um bom número de tipos assim. Aliás, como eles abundam, não é ? Talvez eles sejam mais comuns do que aqueles dispostos a lhes dar atenção.

Uma característica comum dos indivíduos que falam o tempo todo de si é que eles tentam convencer a si mesmos de que são tudo o que dizem. Para isso, entretanto, eles precisam de outra pessoa.  São tipos fundamentalmente com problemas de auto-estima. Tentam se mostrar seguros, mas são de uma fragilidade evidente.



São egoístas também porque sequer lhes passa pela cabeça se perguntarem se o outro também necessita falar-lhes algo, partilhar alguma coisa. Não, não estão interessados.
Quando alguém tenta lhes dizer uma coisa que escapa as suas auto-centradas narrativas, mostram-se desinteressados ou até hostis.

São também competitivos, se bem que esta características eles dividem com os babacas (outro tipo do qual quero distância).
Uma vez eu estava na fila do caixa de um restaurante e um destes indivíduos estava comigo. Após passar mais de meia hora falando sobre si ( e eu louco para me mandar) ele olhou para meu cartão, com o qual eu faria o pagamento, e disse, sacando o seu: "o meu cartão dá milhas em dobro para meus gastos. Meu limite de crédito é bem superior a este que você tem."
Decidi que dali por diante não perderia meu tempo com aquele sujeito. Paguei a conta o mais rápido que pude, inventei uma desculpa e o deixei ali mesmo na calçada com um rápido aperto de mão. Sai me culpando por, mais uma vez, ter dado a chance a um ser como aquele de tentar fazer-me sentir insatisfeito comigo.

Indivíduos assim têm a auto-estima tão baixa que, para se sentirem bem, têm que tentar rebaixar a do outro.

O sujeito volta e meia tenta ainda me convidar para algo, mas nunca mais lhe dei outra oportunidade. 
Talvez eu devesse ser sincero e dizer-lhe para não me convidar mais para seus bate-papos ( que quase são monólogos), pois ele é o tipo de pessoa pela qual tenho desprezo.

 A questão é que está cada vez mais difícil evitar pessoas assim. Nosso mundo produz uma quantidade enorme deles por dia. Sim, pois é só olhar os comercias de TV e propaganda de revistas e perceber como seus discursos funcionam.

Eles reforçam cotidianamente complexos e sentimentos de inferioridade que só serão vencidos (momentaneamente) se a pessoa adquirir o produto tal ou se comportar igual ao fulano ou fulana (que teoricamente são pessoas bem sucedidas).
Bem, mas isto é outro assunto.