Onde buscar informação segura e imparcial nos dias que correm ?
Pra falar a verdade, nunca houve esta tal de notícia imparcial. Sempre quem divulga ou publica algo tem interesse que aquela notícia vire informação, isto é, que ela circule e seja debatida a partir dos parâmetros fornecidos por quem a divulgou. Mesmo o fato de não se publicar alguma informação sugere interesses e parcialidade.
Até há algum tempo vivíamos sob a visão de uma grande imprensa chapa branca da maioria dos governos.
Não que não tivéssemos o jornalismo investigativo e alguns colunistas políticos mais sérios (não de todo sérios,mas mais sérios que a média).
Pois bem, atualmente temos o contexto de um Fla X Flu no jornalismo político brasileiro.
Desnecessário dizer que, em uma disputa destas, a imparcialidade (ou algo minimamente próximo a ela) deixa de existir por completo.
E quais as características do jornalismo de arquibancada ?
A primeira delas é a frenética tentativa de apresentar o mundo como uma arena de luta entre o Bem e o Mal. O meu lado é formado por pessoas íntegras, inteligentes, bem-informados e, sobretudo, bem intencionadas. Pessoas que sabem para onde o mundo, ou o país, deve seguir. O outro lado é constituído por indivíduos mal-intencionados, vis, ignorantes ou inteligentes, mas, de qualquer forma, com desvios de caráter que não deixam dúvidas das intenções pérfidas que possuem.
A segunda característica é a omissão de tudo aquilo que não interessa ao meu lado e a exploração ao máximo de tudo de ruim, real ou imaginário, que o outro sabe, tem ou fez. Não há perdão.
Como conseqüência da característica anterior, surge uma outra, o denuncismo. O termo aqui tem a ver com propagação de falsas denúncias, mas, também, com a realização de reportagens que buscam escandalizar, chocar com o objetivo de endemonizar o outro. Há também, é claro, a intenção de vender o máximo que puder por meio de um atividade digna da imprenssa marrom.
Suspeito que muito das características acima têm a ver com a baixa qualidade de nossos jornalistas (não que os de gerações passadas fossem melhores). A sociedade vem mudando, tornando-se mais escolarizada, intelectualizada e plural. O jornalismo brasileiro não vem acompanhando as mudanças no passo que elas ocorrem. Daí que, em tempos idos, os profissionais da imprensa até pareciam dar conta do recado, passando a ilusão de serem imparciais, e que as empresas de jornalismo interessavam-se unicamente em bem informar.
Este mito não se sustenta mais.
Não é só isso, contudo. Sabemos que, a medida que o tempo se esvai as instituições, da Igreja até uma associação de moradores, passam a ter seus interesses voltados, sobretudo, para suas próprias existências. Se distanciam dos objetivos e aspirações para os quais foram criados e buscam manter-se a todo custo.
Os veículos de comunicação que vivem da divulgação de notícias não são diferentes. Possuem suas alianças e seus desafetos, de maneira que atuam de acordo com seus interesses. Publicam o que lhes é conveniente e deixam de publicar o que não lhes agrada ( ou ainda publicam de maneira deturpada).
O Brasil, ainda com condições sociais questionáveis e com uma cultura cívica ainda em formação, não tem meios de exercer algum controle (ou mesmo um acompanhamento) da atividade das empresas jornalísticas. Quando digo o Brasil, não quero dizer governo(s), quero dizer sociedade. Longe de mim desejar controle estatal sobre a imprensa. Até porque o único controle com um mínimo de eficácia em que acredito é aquele exercido pela cidadania. Conselhos formados por governos tendem a serem capturados por interesses privados ou a terem forte viés ideológico pró-governo (independente da coloração política).
Fala-se muito em fiscalizar governos, o que é ótimo e deve ser feito. Aliás, a imprensa tem um papel importante a realizar neste ponto.
Entretanto, quem fiscalizará a imprensa para que não continuemos a ver defesa de causa própria travestida de interesse público e bom jornalismo ?
Pra falar a verdade, nunca houve esta tal de notícia imparcial. Sempre quem divulga ou publica algo tem interesse que aquela notícia vire informação, isto é, que ela circule e seja debatida a partir dos parâmetros fornecidos por quem a divulgou. Mesmo o fato de não se publicar alguma informação sugere interesses e parcialidade.
Até há algum tempo vivíamos sob a visão de uma grande imprensa chapa branca da maioria dos governos.
Não que não tivéssemos o jornalismo investigativo e alguns colunistas políticos mais sérios (não de todo sérios,mas mais sérios que a média).
Pois bem, atualmente temos o contexto de um Fla X Flu no jornalismo político brasileiro.
Desnecessário dizer que, em uma disputa destas, a imparcialidade (ou algo minimamente próximo a ela) deixa de existir por completo.
E quais as características do jornalismo de arquibancada ?
A primeira delas é a frenética tentativa de apresentar o mundo como uma arena de luta entre o Bem e o Mal. O meu lado é formado por pessoas íntegras, inteligentes, bem-informados e, sobretudo, bem intencionadas. Pessoas que sabem para onde o mundo, ou o país, deve seguir. O outro lado é constituído por indivíduos mal-intencionados, vis, ignorantes ou inteligentes, mas, de qualquer forma, com desvios de caráter que não deixam dúvidas das intenções pérfidas que possuem.
A segunda característica é a omissão de tudo aquilo que não interessa ao meu lado e a exploração ao máximo de tudo de ruim, real ou imaginário, que o outro sabe, tem ou fez. Não há perdão.
Como conseqüência da característica anterior, surge uma outra, o denuncismo. O termo aqui tem a ver com propagação de falsas denúncias, mas, também, com a realização de reportagens que buscam escandalizar, chocar com o objetivo de endemonizar o outro. Há também, é claro, a intenção de vender o máximo que puder por meio de um atividade digna da imprenssa marrom.
Suspeito que muito das características acima têm a ver com a baixa qualidade de nossos jornalistas (não que os de gerações passadas fossem melhores). A sociedade vem mudando, tornando-se mais escolarizada, intelectualizada e plural. O jornalismo brasileiro não vem acompanhando as mudanças no passo que elas ocorrem. Daí que, em tempos idos, os profissionais da imprensa até pareciam dar conta do recado, passando a ilusão de serem imparciais, e que as empresas de jornalismo interessavam-se unicamente em bem informar.
Este mito não se sustenta mais.
Não é só isso, contudo. Sabemos que, a medida que o tempo se esvai as instituições, da Igreja até uma associação de moradores, passam a ter seus interesses voltados, sobretudo, para suas próprias existências. Se distanciam dos objetivos e aspirações para os quais foram criados e buscam manter-se a todo custo.
Os veículos de comunicação que vivem da divulgação de notícias não são diferentes. Possuem suas alianças e seus desafetos, de maneira que atuam de acordo com seus interesses. Publicam o que lhes é conveniente e deixam de publicar o que não lhes agrada ( ou ainda publicam de maneira deturpada).
O Brasil, ainda com condições sociais questionáveis e com uma cultura cívica ainda em formação, não tem meios de exercer algum controle (ou mesmo um acompanhamento) da atividade das empresas jornalísticas. Quando digo o Brasil, não quero dizer governo(s), quero dizer sociedade. Longe de mim desejar controle estatal sobre a imprensa. Até porque o único controle com um mínimo de eficácia em que acredito é aquele exercido pela cidadania. Conselhos formados por governos tendem a serem capturados por interesses privados ou a terem forte viés ideológico pró-governo (independente da coloração política).
Fala-se muito em fiscalizar governos, o que é ótimo e deve ser feito. Aliás, a imprensa tem um papel importante a realizar neste ponto.
Entretanto, quem fiscalizará a imprensa para que não continuemos a ver defesa de causa própria travestida de interesse público e bom jornalismo ?