O pior de morar em Brasília não é o clima horrivel do meio do ano, em que o ar fica insuportavelmente seco e o mínimo esforço faz teu coração palpitar com a ausência de umidade no ar que inspiras. Não, não é isso o pior!
Também não é o custo de vida altíssimo da cidade em que uma kitch custa mais que um apartamento de dois quartos em muitas capitais do país, e um simples lanche quase custa o preço de um almoço em outros lugares. Não, não é.
Não é tampouco os péssimos serviços e a mão-de-obra desqualificada que produz motoristas de ônibus e táxi grosseiros, garçons mal-educados e barbeiros que realizam cortes de cabelo tão bons quanto você mesmo os faria. Ainda não é isso o pior.
Não são as distâncias imensas, em que, até para compra um simples pão, você precisa caminhar mais de quinhentos metros.
Não é a existência de uma universidade de quinta categoria, chamada "a melhor universidade do centro-oeste", cuja principal função aos olhos da população nativa é a produção de diplomas para os filhinhos dos aspones entrarem no serviço público por meio de concurso público. Isto é péssimo, mas ainda não é o pior.
Não é a falta de transporte público, ou o horroroso serviço da segunda pior companhia de luz e força do país (CEB), ou a quase ausência de vida cultural, ou, ainda, a não existência de um único clube de futebol que te alegre a sair de casa no domingo para assistir uma partida de futebol. Não, não é nada disso o pior!
O pior de Brasília é sua gente e seus valores.
O que em outras cidades são vícios e problemas morais localizados em setores da sociedade ou em grupos profissionais aqui se constitui na própria moral pública!
Pecado em Brasília é não se dar bem!
Trabalhar pouco e ganhar muito, eis no que se resume a ética da maioria dos candangos.
Valores baseados no pequeno mundo da administração pública ganham as ruas, condomínios, quadras e domicílios desta provinciana cidade.
Você não é você, mas sua carreira. O que você faz no trabalho é que o classifica ante os olhos míopes dos caipiras deste fim-de-mundo. Sua profissão o define, e ponto!
Nem vale a pena andar de carro ou ônibus quilômetros e quilômetros para ir a um bar ou restaurante mais ou menos, onde você encontrará, com quase toda certeza, pessoas que não valem a pena. Encontros em que irão te perguntar três coisas: seu nome, onde trabalha e onde mora. Pronto, já estás classificado.
Além disso, muitas pessoas sofrem de um arraigado problema de baixa auto-estima. Tão forte ele é que, muita embora as pessoas por aqui busquem disfarçá-lo, ele fica evidente pelas manifestações de dandismo, arrogância, necessidade de reconhecimento e ostentação.
Isto é Brasília!
Também não é o custo de vida altíssimo da cidade em que uma kitch custa mais que um apartamento de dois quartos em muitas capitais do país, e um simples lanche quase custa o preço de um almoço em outros lugares. Não, não é.
Não é tampouco os péssimos serviços e a mão-de-obra desqualificada que produz motoristas de ônibus e táxi grosseiros, garçons mal-educados e barbeiros que realizam cortes de cabelo tão bons quanto você mesmo os faria. Ainda não é isso o pior.
Não são as distâncias imensas, em que, até para compra um simples pão, você precisa caminhar mais de quinhentos metros.
Não é a existência de uma universidade de quinta categoria, chamada "a melhor universidade do centro-oeste", cuja principal função aos olhos da população nativa é a produção de diplomas para os filhinhos dos aspones entrarem no serviço público por meio de concurso público. Isto é péssimo, mas ainda não é o pior.
Não é a falta de transporte público, ou o horroroso serviço da segunda pior companhia de luz e força do país (CEB), ou a quase ausência de vida cultural, ou, ainda, a não existência de um único clube de futebol que te alegre a sair de casa no domingo para assistir uma partida de futebol. Não, não é nada disso o pior!
O pior de Brasília é sua gente e seus valores.
O que em outras cidades são vícios e problemas morais localizados em setores da sociedade ou em grupos profissionais aqui se constitui na própria moral pública!
Pecado em Brasília é não se dar bem!
Trabalhar pouco e ganhar muito, eis no que se resume a ética da maioria dos candangos.
Valores baseados no pequeno mundo da administração pública ganham as ruas, condomínios, quadras e domicílios desta provinciana cidade.
Você não é você, mas sua carreira. O que você faz no trabalho é que o classifica ante os olhos míopes dos caipiras deste fim-de-mundo. Sua profissão o define, e ponto!
Nem vale a pena andar de carro ou ônibus quilômetros e quilômetros para ir a um bar ou restaurante mais ou menos, onde você encontrará, com quase toda certeza, pessoas que não valem a pena. Encontros em que irão te perguntar três coisas: seu nome, onde trabalha e onde mora. Pronto, já estás classificado.
Além disso, muitas pessoas sofrem de um arraigado problema de baixa auto-estima. Tão forte ele é que, muita embora as pessoas por aqui busquem disfarçá-lo, ele fica evidente pelas manifestações de dandismo, arrogância, necessidade de reconhecimento e ostentação.
Isto é Brasília!