Benvindos!

A idéia de criar este espaço surgiu aos poucos. Nasceu da necessidade de expandir o grupo de pessoas com as quais me correspondo ou com as quais converso sobre temas de interesse em comum. Desejo que seja um lugar de troca de idéias e informações, mas , sobretudo, de boa conversa, democrática e sem preconceitos. Mais uma vez, benvindos.



quinta-feira, 23 de dezembro de 2021

Khira (??/??/2014-14/12/2021)



 

KHIRA




Desejo registar a passagem da morte de Khira, uma cadelinha que eu e meu irmão retiramos das ruas, ainda filhote, durante o início da Copa do Mundo de 2014. Ela faleceu dia 14 de dezembro passado!
Ela e sua irmã (que morreu ainda filhote de parvovirose poucas semanas após as termos acolhidos) foram resgatadas em uma área de mato a uns 6 ou 7 km de casa!
Deixará saudade com certeza!



sábado, 13 de novembro de 2021

Opinião de massa, opinião pública e relativismo de opiniões

 Existem várias formas de opressão. Muito embora a mais discutida, pensada e, talvez, a mais cheia de consequências, seja a opressão política, há outras que tentam se impor em nosso cotidiano.

A tirania do mercado é uma das mais disfarçadas e difíceis de perceber. Isto porque ela quase sempre se apresenta como um consenso, como um sinônimo de opinião pública, referendada por uma maneira irrefletida, porém majoritária de avaliação.   É um entendimento fortemente ancorado em interesses mercadológicos e que destrói qualquer oposição que lhe façam. Na verdade é uma opinião fabricada, nada tem de autentica. É opinião de massa!

Do que falo? Da aparente unanimidade em torno do talento, brandura e sensibilidade de uma cantora de sertanejo recém-falecida em acidente aéreo.

Confesso que desconhecia suas músicas e, pra ser sincero, nem sabia de sua existência. Estes fato, devo dizer,  em nada depõe contra seu afamado engenho em compor e interpretar músicas. Sou ignorante  em relação ao estilo musical por ela expresso.

Entretanto, o alarde em torno de sua perda foi tão forte, tão noticiado, que, muito por curiosidade minha,  não pude deixar de ouvir trechos de seus melhores momentos na TV e na internet. Cheguei a acompanhar uns vinte minutos de uma entrevista sua na TV, dada em algum momento passado.  Afinal, apesar de ter uma noção do tipo de música por ela cantada, e de não me identificar nem um pouco com o sertanejo que se faz nos dias atuais, a comoção foi tão grande que pensei: "pode ser que ela fosse dotada de um grande  vocação musical, e eu esteja perdendo algo." 

A realidade não tardou em se fazer sentir. A recém-finada artista era mais uma a desafiar o bom-senso de qualquer um que tenha um mínimo de gosto e conhecimento musical, e tenha coragem de remar contra o chamado "consenso da opinião pública" fabricado pelo mass media.

O que ouvi foram trechos musicais banais, de estrutura melódica menos do que medíocre e frases previsíveis encharcadas de  poesia trivial. Se aquilo era o seu melhor, então, agradeço ter sido poupado do restante. 

Junto a esta mistificação de seu talento, veio também a burla de venderem uma  imagem da artista como alguém compadecido dos infortúnio dos demais (em particular das mulheres), de uma benevolência acima da média, e de campeã de teses identitárias e políticas inclusivas positivas. 

Deixo bem claro que, em nada culpo a artista recém-finada pelo uso que fizeram de sua imagem e músicas após sua morte. Atribuo o problema a tentativa, muito bem-sucedida, de uma mídia venal de tentar construir uma imagem para proveito próprio. 

É claro que questionar uma pessoa recém-morta é conduta reprovável. Contudo, neste caso, questionar o símbolo criado em torno da artista nada tem de crítico em relação a pessoa dela em si, mas sim da mídia, que  instrumentalizou a emoção causada por sua morte  para ganhos mercadológicos e midiáticos (este  o verdadeiro ato indecente).  

As mortes de pessoas famosas (ou nem tão famosas assim) são mercadorias. Mexe-se com a emoção de multidões para se conseguir delas o consumo imediato de marcas associadas a um ícone . Contudo, o pior , a meu ver, nesta conduta é transformar o interesse mercadológico em "opinião qualificada" e indiscutível, e  obrigar as pessoas a enxergarem o que não está lá (no caso, o talento e a motivação da artista). 

A tal ponto a orquestração foi exitosa, que discordar da aura de talento e sensibilidade da cantora se tornou atividade somente para aqueles que não tem receio de receber a designação de  "machistas", "elitistas" ou "preconceituosos". Na onda da comoção causada pela perda da cantora, já há mesmo quem diga e escreva que sertanejo é musica de qualidade ungida pela opinião pública e justificada pelos milhares ou milhões de acessos às páginas de seus artistas nas mídias sociais. O problema desta maneira de pensar é que ela embarca na frivolidade de argumentos   carentes de reflexão. Ser muito visto ou discutido não é indicador de qualidade de conteúdo. Não poucas vezes, as melhores obras artísticas são as que são as menos lidas, admiradas ou entendidas pelo público. 

A mídia idiotiza as pessoas, levando-as a aceitarem, acriticamente, gostos e preferencias,  como se seus fossem, o que lhes é inculcado por interesses alheios. É opinião de massa, repito!

Ah! Ainda temos que enfrentar o argumento relativista. Aquele que afirma que gosto é indiscutível, e que, no limite, comparar ou tecer hierarquias entre preferencias é coisa de gente esnobe ou elitista. Sim, há este risco! Mas eu o prefiro a cair em um relativismo estéril que afirma que um sertanejo pode ser tão bom quanto a nona sinfonia de Beethoven, ou dizer que elas são incomparáveis, e por isso temos que aceitar ambos como igualmente válidos. Só que uma é produção de mass media para entretenimento, a outra é obra permanente que influenciou e moldou a música ocidental por séculos até os dias de hoje, e produziu uma das mais belas harmonias que o ouvido humano já experimentou!






terça-feira, 5 de janeiro de 2021

Igreja São Francisco de Paula, Ouro Preto.

 Há muito tempo queria conhecer por dentro a Igreja São Francisco de Paula em Ouro Preto. Ela se situa quase fora da cidade, em um ponto elevado, do qual é possível se ter uma bela vista da cidade. Foi finalizada em 1812 ou 1813 (não lembro ao certo o ano). É  a mais nova das igrejas históricas da cidade. 

Tudo dito até agora, mais o fato de não apresentar trabalhos de grande mestres de nosso barroco como Aleijadinho (Antonio Francisco Lisboa, Ouro Preto, MG, 1730-1814) e mestre Ataíde (Manuel da Costa Ataíde, Mariana, MG, 1762-1830) faz dela, ao meu ver, uma espécie de "patinho feio" entre as igrejas de Ouro Preto. É pouco lembrada para visitação e tem horários de visita muito restritos. Nada verdade, nem tem. Abre apenas para as missas aos domingos pela manhã e se você quiser conhecer seus altares e (quase nenhuma) pinturas deve se dirigir para lá no breve tempo que lhe cabe entre o fim da missa e o fechamento da igreja. 

Para mim, valeu o pouco tempo que tive (uns vinte minutos, mais ou menos). no  segundo domingo de dezembro passado, subi a ladeira que há entre ela é a Igreja Nossa Senhora do Rosário em passos rápidos para pegar o fim da missa. 

Na internet mesmo, quase não há fotos internas desta igreja.  

Foi um agradável encontro meu com esta igreja que faltava em meu roteiro de visitas a Ouro Preto!