Estou muito longe de ser um cinéfilo. Até costumava ir ao cinema com alguma freqüência no início e meados dos anos 90, mas por diversos fatores e mesmo ritmo de vida, tornei-me cada vez menos assíduo nas salas de projeção.
Isto não quer dizer que parei de assistir filmes de todo. Apenas, por questões de comodidade, prefiro vê-los na tela de meu computador em casa.
Tenho uma preferência por temas e não por diretores. Gosto de filmes com fundo histórico realista (ou pelo menos o mais realista possível).
Fiz uma pequena lista de alguns que me surgem sempre à mente. Eles não estão em ordem de preferência nem cronológica. Entre eles há pelo menos um que, até onde sei, não possuí título em português.
1. Ran (Akira Kurosawa)
Considerada a obra-prima de Kurosawa, baseia-se no conto Rei Lear de Shakespeare (de quem Kurosawa se dizia fiel admirador). Não bastasse o excelente roteiro, a fotografia é belíssima. Destaque para as atuações de Tatsuma Nakadai e Mieko Harada.
2. Quanto mais Quente Melhor (Billy Wilder)
Para muitos, a melhor comédia já produzida para o cinema. Com belas atuações de Marilyn Monroe Jack Lemon e Tony Curtis (principalmente do dois últimos), o filme foi sucesso logo de cara. As situações farsescas e improváveis tornam este filme inesquecível.
3. Os que Sabem Morrer (Anthony Mann)
Atravessar o território inimigo em meio a conflitos internos de personalidade que dividem o grupo, eis o tema de Os que Sabem Morrer. A ação se passa na Coréia quando um oficial do exército dos Estados Unidos tenta salvar seus homens, e a si mesmo, em meio as tropas inimigas que os cercam.
4. Excalibur (John Boorman)
Trata-se do filme produzido e lançado em 1981, dirigido por John Boorman. Um de meus preferidos entre os preferidos. A trilha sonora junto com a fotografia tornam a narrativa desta velha e conhecida história algo valioso de se ver. A cena de Merlin recebendo Excalibur da Dama do Lago ao som da Marcha Fúnebre de Siegfried, logo em uma das primeiras cenas do filme, é impressionate.
5. A Cruz de Ferro (Sam Peckinpah)
Eu facilmente apontaria A Cruz de Ferro como o melhor filme de guerra que já vi. Muito embora todas as atuações sejam dignas de nota, a atuação de James Coburn e Maximillian Schell são espetaculares. O filme conta a história de um capitão do exército alemão em busca de sua cobiçada cruz de ferro, e o que ele faz para conseguí-la. O filme, contudo, também fala de amizade, dever e companheirismo em tempos difíceis. O final é surpreende.
6. Barravento (Glauber Rocha)
Quando se pensa Glauber Rocha, Deus e o Diabo na Terra do Sol é o primeiro filme que vem à cabeça. Barravento, contudo, não lhe é menor.
A narrativa se passa em uma aldeia de pescadores que vivem de acordo com as tradições herdadas de seus antepassados. Logo, porém, fica claro que, muito embora resistam, o progresso e o crescimento econômico irão alterar seu modo de vida. Firmino, um membro da comunidade que foi viver na cidade grande e voltou anos depois, tem muito claro para si que aquele estilo de vida está condenado. Ele, no entanto, é mal visto pelos demais. Ele decide então, atacar as tradições do grupo por meio de um golpe audaz.
7. Kagemusha, a Sombra do Samurai (Akira Kurosawa)
Outro grande filme de Kurosawa. Três senhores feudais disputam o poder durante o período das guerras civis no Japão: Shingen Takeda, Nobunaga Oda e Ieyasu Tokugawa. Logo nos primeiros diálogos do filme, Takeda revela sua disposição de sacrificar a tudo e todos para levar o Japão à paz. Para tanto, ele acredita que somente ele é capaz de fazê-lo. É um homem imbuído de virtú para agir e conquistar o poder. Entretanto, as coisa se subvertem quase que totalmente quando, ao assediar um castelo inimigo, Takeda é mortalmente ferido. Ele é substituído por um sósia que nem de longe possui seus talentos.
8. Em Busca do Cálice Sagrado (Monty Python)
Este é um daqueles filmes que não apenas não cansa rever, como sempre descobrimos algo novo e engraçado e que havia nos passado desapercebido. É também de um tipo de humor que muitos tentam imitar, mas poucos conseguem. A saga do rei Arthur e seus cavaleiros em busca do Graal já foi abordada de diversas formas e com variações mais ou menos heterodoxas em relação a narrativa original (se é que existe uma). Monty Python põe à disposição sua fina e inteligente ironia para criar sua versão da lenda.
Para preencher seu tempo ocioso, Arthur reune um grupo de paladinos na busca do cálice sagrado da última ceia de Cristo. Muitos risos e trapalhadas os esperam pelo caminho.
Para preencher seu tempo ocioso, Arthur reune um grupo de paladinos na busca do cálice sagrado da última ceia de Cristo. Muitos risos e trapalhadas os esperam pelo caminho.
9. Com Sangue se Escreve a História (Abel Gance)
Acredito que este filme não é muito conhecido ou, se o é, é pouco comentado. Trata-se da reconstituição das semanas que antecederam a batalha de Austerlitz. O filme enfoca em um primeiro momento a vida na corte de Napoleão, suas relações tumultuadas com seus irmãos, esposa, generais, ministros e cortesãos.A segunda parte ilustra os preparativos para a batalha. Seu roteiro bem estruturado e as interpretações de Pierre Mondy, Claudia Cardinale e outros tantos fazem este filme de quase três horas transcorrer como sem nos darmos conta do tempo. Ah! Jack Palance também está no elenco, assim como Orson Welles em uma pequena ponta.
10. Blade Runner (Ridley Scott)
Uma vez alguém me censurou por eu ter escolhido Blade Runner como meu filme preferido. Alegou que haviam filmes bem melhores e citou alguns. Filmes melhores no sentido cinematográfico ? Como meio de expressão ? É possível, mas a pergunta que me foi feita era: Qual seu filme preferido ? Não pestanejei. Tratava-se de uma escolha pessoal, então. Não há um filme no qual a afinidade entre temática e abordagem tenham me impressionado mais. Há ali um casamento perfeito entre ambas.
Dito isto, não canso de rever este filme. A fotografia é fora de série, a trilha sonora é espetacular, a ambientação das personagens é perfeita. Harrison Ford está em sua melhor forma e Sean Young estava belíssima na oportunidade. O que mais precisa ?
11. Adeus Minha Concubina (Chen Kaige)
Por meio da história da relação de dois amigos desde a infância, amantes do teatro e artistas de um grupo de encenação, a película nos mostra um pouco da história da China durante o século XX. O filme em si fala de muitas coisas: amizade, amor pelo teatro, fidelidade e da relação entre arte e política.
Depois da invasão japonesa da China em 1937, os amigos Xiagolou e Dieyi, treinados e educados desde a infância para serem atores, são obrigados a encenarem para oficiais japoneses. Tal atividade lhes traz problemas junto a seus compatriotas que os olham com desconfiança. Anos mais tarde, sob a Revolução Cultural os amigos são forçados, juntamente com os demais membros de seu grupo teatral, a "revelarem" seus crimes burgueses e denunciarem uns aos outros frente a uma multidão hostil. É uma das cenas mais fortes e interessantes do filme. Além de ressaltar a interpretação dos atores Leslie Cheung e Zhang Fengyi, cabe chamar a atenção para a sempre extraordinária Gong Li.
12. A Liberdade é Azul (Krzysztof Kieslowski)
Quando assisti pela primeira vez a trilogia das cores (como ficou conhecida aqui no Brasil) de Krzysztof, por volta de 1996, lembro que dos três filmes, A Fraternidade é Vermelha havia sido o que mais havia gostado.
Anos depois, ao revê-los, passei a apreciar A Liberdade é Azul com mais simpatia.
A questão da fraternidade e empatia entre as pessoas, abordada no terceiro filme da trilogia, me parecia de início mais próxima a minha forma de pensar as relações humanas, com o tempo cedeu espaço para a da busca da autonomia, independência e das escolhas pessoais. A trilha sonora encaixa muito bem com a narrativa e é uma das marcas do filme, além é claro, de Juliette Binoche.
13. Júlio Cesar (Joseph L. Mankiewicz)
A escolha deste filme me foi difícil. Não pela sua falta de méritos. Com texto de Shakespeare, e Marlon Brando no papel de Marco Antonio , James Manson como Brutus e Debora Kerr interpretando Portia (esposa de Brutus) dificilmente um filme deixará de ter muitas virtudes. A questão é que há outro filme com o mesmo nome (de 1970), dirigido por Stuart Burge, com Charlton Heston, Jason Robards e excelente interpretação de Richard Johnson no papel de Cassius, que não lhe fica atrás. Na verdade, acho que para ser justo deveria colocar os dois filmes aqui.
Talvez eu coloque o filme dirigido por Mankiecwicz em primeiro por uma preferência pessoal, e, portanto, discutível, pela fotografia.
Falar de Shakespeare é chover no molhado, certo ? A história contada pelo autor inglês de Júlio César é instigante por pelo menos uma razão: a figura de Brutus passa por um releitura e nos é apresentada de uma forma virtuosa quando comparada a todos os demais personagens da narrativa. Ele é o único que age por um ideal coletivo: a salvação da república frente à tirania. Todos os demais, inclusive Julio César (que aparece muito pouco no filme e na peça teatral ) agem por motivos egoístas, mesquinhos e de vaidade, muito embora tentem disfarçá-los com discursos pomposos e de apelo populistas. Aliás, a cena de Marco Antônio falando a população de Roma após o assassinato de Júlio César denota bem o que Shakespeare pensava da política quando submetia aos humores da turba.
14. Júlio César (Stuart Burge)
Não seria justo deixá-lo de fora da lista. A interpretação de Richard Johnson é valiosa.
15. 2001 - Uma Odisséia no Espaço (Stanley Kubrick)
Tanto já se escreveu sobre 2001, que falar sobre o filme é repetir o que já foi dito muitas vezes por tantos quantos. Basta dizer que ele é considerado por muitos como o melhor filme de ficção-científica de todos os tempos. O filme em si é uma daquelas obras que não se exaure, não importa quantas vezes a tenhamos assistido. Ele nos fala da evolução da raça humana em nosso pequenino planeta, de seu futuro nos cosmos, de suas escolhas, e sobre seu fim. A trilha sonora Danúbio Azul, de Johann Strauss II, ficou para sempre associada as cenas de astronautas e espaçonaves pelo vazio sideral.
16. Back to 1942 (Feng Xiaogang)
Província de Henan, centro da China, acidentes naturais, corrupção e guerra resultam em fome e morte de milhões de pessoas. Fan, um próspero comerciante perde tudo o que tem e parte com sua família em busca da sobrevivência em outras regiões do país. Para tanto, ele se junta a uma caravana de milhares de refugiados na tentativa de obter ajuda. Não só terá que enfrentar a hostilidade de muitos de seus concidadãos melhor afortunados, que não desejam receber os refugiados, como terá pela frente ainda funcionários corruptos e insensíveis. Fora isso, o Japão lança sua ofensiva para quebrar a resistência chinesa a seu avanço, e os refugiados estão no meio do caminho.
17. Primavera, Verão, Outono e Inverno (Kim Ki-duk)
Um filme que fala de tentações, escolhas, auto-controle e expiação. Kim Ki-duk nos apresenta de maneira lírica uma obra cheia de simbolismos. Um monge e seu discípulo moram isolados no meio de um lago. Por meio do trabalho, do exemplo mas também da penitência, o monge tenta ensinar a seu aluno os valores do comedimento e da constância. As estações se sucedem, da mesma maneira como o pequeno aprendiz muda. De uma criança travessa ele se transforma em um rapaz e finalmente em um homem. Ao conhecer pela primeira vez uma mulher, ele conhece o desejo, o sentimento de posse, o ciúme e o crime. Mais tarde, após expiar suas culpas, tentará retomar o caminho de seu mestre.
18. As Damas do Bois de Boulogne (Robert Bresson)
Hélene e Jean vivem uma relação aberta. Os dois mantém casos fortuitos sem que isto coloque em risco a ligação entre ambos. Um dia, porém, após muito insistir e mesmo dissimular um pouco caso, Hélene recebe de Jean a confissão de que entre eles há apenas uma amizade e que ele pede que ela não considere mais a preferência que havia entre eles.
Hélene finge concordar e o deixar ir, mas em seu íntimo se sente ultrajada e planeja uma vingança. Para isso, irá recorrer à Ágnes, uma jovem dançarina de cabaré que sonha se tornar bailarina clássica.
19. Três Homens em Conflito (Sergio Leone)
Nada melhor que assistir um faroeste durante às tardes de sábado. Se o filme for de Sergio Leone, melhor ainda. Três foras-da-lei buscam uma fortuna em ouro que fora roubado do exército Confederado. Os três tentam se eliminar o tempo inteiro enquanto buscam a riqueza. Em alguns poucos momentos pensam em juntar forças, mas todos sabem que aquilo não é para durar.
A cena final do duelo entre os três no cemitério é bastante conhecida e foi posteriormente muito copiada.
A trilha sonora a cargo de Ennio Morricone é inesquecível.
20. Alexandria (Alejando Amenábar)
A ascenção do cristianismo não foi um caminho suave e sem lutas. A conversão se produziu de maneira mais ou menos rápida, mas com muitas perdas. O filme Alexandria (Ágora em espanhol) retrata o Império Romano decadente, incapaz de manter suas fronteiras e a paz interna entre seus súditos. Cristãos e helenista lutam pelo controle da sociedade. Em meio a tudo isto, Hipátia, filósofa e matemática, entra em choque com o crescente poder dos cristãos, que não vem com bons olhos o fato de uma mulher ensinar homens e realizar estudos sobre a ordem do cosmos.
Excelente filme do jovem diretor Amenábar, que ainda dirigiu Mar Adentro, outro grande filme.
Quando assisti pela primeira vez a trilogia das cores (como ficou conhecida aqui no Brasil) de Krzysztof, por volta de 1996, lembro que dos três filmes, A Fraternidade é Vermelha havia sido o que mais havia gostado.
Anos depois, ao revê-los, passei a apreciar A Liberdade é Azul com mais simpatia.
A questão da fraternidade e empatia entre as pessoas, abordada no terceiro filme da trilogia, me parecia de início mais próxima a minha forma de pensar as relações humanas, com o tempo cedeu espaço para a da busca da autonomia, independência e das escolhas pessoais. A trilha sonora encaixa muito bem com a narrativa e é uma das marcas do filme, além é claro, de Juliette Binoche.
13. Júlio Cesar (Joseph L. Mankiewicz)
A escolha deste filme me foi difícil. Não pela sua falta de méritos. Com texto de Shakespeare, e Marlon Brando no papel de Marco Antonio , James Manson como Brutus e Debora Kerr interpretando Portia (esposa de Brutus) dificilmente um filme deixará de ter muitas virtudes. A questão é que há outro filme com o mesmo nome (de 1970), dirigido por Stuart Burge, com Charlton Heston, Jason Robards e excelente interpretação de Richard Johnson no papel de Cassius, que não lhe fica atrás. Na verdade, acho que para ser justo deveria colocar os dois filmes aqui.
Talvez eu coloque o filme dirigido por Mankiecwicz em primeiro por uma preferência pessoal, e, portanto, discutível, pela fotografia.
Falar de Shakespeare é chover no molhado, certo ? A história contada pelo autor inglês de Júlio César é instigante por pelo menos uma razão: a figura de Brutus passa por um releitura e nos é apresentada de uma forma virtuosa quando comparada a todos os demais personagens da narrativa. Ele é o único que age por um ideal coletivo: a salvação da república frente à tirania. Todos os demais, inclusive Julio César (que aparece muito pouco no filme e na peça teatral ) agem por motivos egoístas, mesquinhos e de vaidade, muito embora tentem disfarçá-los com discursos pomposos e de apelo populistas. Aliás, a cena de Marco Antônio falando a população de Roma após o assassinato de Júlio César denota bem o que Shakespeare pensava da política quando submetia aos humores da turba.
14. Júlio César (Stuart Burge)
Não seria justo deixá-lo de fora da lista. A interpretação de Richard Johnson é valiosa.
15. 2001 - Uma Odisséia no Espaço (Stanley Kubrick)
Tanto já se escreveu sobre 2001, que falar sobre o filme é repetir o que já foi dito muitas vezes por tantos quantos. Basta dizer que ele é considerado por muitos como o melhor filme de ficção-científica de todos os tempos. O filme em si é uma daquelas obras que não se exaure, não importa quantas vezes a tenhamos assistido. Ele nos fala da evolução da raça humana em nosso pequenino planeta, de seu futuro nos cosmos, de suas escolhas, e sobre seu fim. A trilha sonora Danúbio Azul, de Johann Strauss II, ficou para sempre associada as cenas de astronautas e espaçonaves pelo vazio sideral.
16. Back to 1942 (Feng Xiaogang)
Província de Henan, centro da China, acidentes naturais, corrupção e guerra resultam em fome e morte de milhões de pessoas. Fan, um próspero comerciante perde tudo o que tem e parte com sua família em busca da sobrevivência em outras regiões do país. Para tanto, ele se junta a uma caravana de milhares de refugiados na tentativa de obter ajuda. Não só terá que enfrentar a hostilidade de muitos de seus concidadãos melhor afortunados, que não desejam receber os refugiados, como terá pela frente ainda funcionários corruptos e insensíveis. Fora isso, o Japão lança sua ofensiva para quebrar a resistência chinesa a seu avanço, e os refugiados estão no meio do caminho.
17. Primavera, Verão, Outono e Inverno (Kim Ki-duk)
Um filme que fala de tentações, escolhas, auto-controle e expiação. Kim Ki-duk nos apresenta de maneira lírica uma obra cheia de simbolismos. Um monge e seu discípulo moram isolados no meio de um lago. Por meio do trabalho, do exemplo mas também da penitência, o monge tenta ensinar a seu aluno os valores do comedimento e da constância. As estações se sucedem, da mesma maneira como o pequeno aprendiz muda. De uma criança travessa ele se transforma em um rapaz e finalmente em um homem. Ao conhecer pela primeira vez uma mulher, ele conhece o desejo, o sentimento de posse, o ciúme e o crime. Mais tarde, após expiar suas culpas, tentará retomar o caminho de seu mestre.
18. As Damas do Bois de Boulogne (Robert Bresson)
Hélene e Jean vivem uma relação aberta. Os dois mantém casos fortuitos sem que isto coloque em risco a ligação entre ambos. Um dia, porém, após muito insistir e mesmo dissimular um pouco caso, Hélene recebe de Jean a confissão de que entre eles há apenas uma amizade e que ele pede que ela não considere mais a preferência que havia entre eles.
Hélene finge concordar e o deixar ir, mas em seu íntimo se sente ultrajada e planeja uma vingança. Para isso, irá recorrer à Ágnes, uma jovem dançarina de cabaré que sonha se tornar bailarina clássica.
19. Três Homens em Conflito (Sergio Leone)
Nada melhor que assistir um faroeste durante às tardes de sábado. Se o filme for de Sergio Leone, melhor ainda. Três foras-da-lei buscam uma fortuna em ouro que fora roubado do exército Confederado. Os três tentam se eliminar o tempo inteiro enquanto buscam a riqueza. Em alguns poucos momentos pensam em juntar forças, mas todos sabem que aquilo não é para durar.
A cena final do duelo entre os três no cemitério é bastante conhecida e foi posteriormente muito copiada.
A trilha sonora a cargo de Ennio Morricone é inesquecível.
20. Alexandria (Alejando Amenábar)
A ascenção do cristianismo não foi um caminho suave e sem lutas. A conversão se produziu de maneira mais ou menos rápida, mas com muitas perdas. O filme Alexandria (Ágora em espanhol) retrata o Império Romano decadente, incapaz de manter suas fronteiras e a paz interna entre seus súditos. Cristãos e helenista lutam pelo controle da sociedade. Em meio a tudo isto, Hipátia, filósofa e matemática, entra em choque com o crescente poder dos cristãos, que não vem com bons olhos o fato de uma mulher ensinar homens e realizar estudos sobre a ordem do cosmos.
Excelente filme do jovem diretor Amenábar, que ainda dirigiu Mar Adentro, outro grande filme.
21. Cidade de Deus (Fernando Meirelles)
A história é contada em flashback e em primeira pessoa por um morador do bairro chamado Buscapé. Em cena o início da construção da Cidade de Deus, no Rio de Janeiro. O filme mostra como a população foi colocada naquela região, provinda de diversa áreas da cidade. Como eles foram, posteriormente, abandonados pelo poder público e tiveram que criar sua própria sociabilidade.
O filme tem em alguns momentos um ritmo de videoclip, uma inovação no cinema brasileiro à época e que se casa muito bem com a narrativa.